03
maio

ARTIGO: “Valorização profissional: um desafio do sindicato e de cada farmacêutico”

“Sozinho, o sindicato jamais não vai conseguir um piso de R$ 5.000,00, mas a elevação gradual do salário pode acontecer desde que todos contribuam. Isso não é utopia. No Estdo do Piauí, a coragem de 14 farmacêuticos que paralisaram com o apoio do seu sindicato e do CRF fez história na categoria. Eles conquistaram 14% de aumento no piso. A mobilização criou um efeito cascata e que fez com que os outros empregadores acatassem o aumento”

LEIA O ARTIGO DA PRESIDENTE FERNANDA MAZZINI

Valorização profissional: um desafio do sindicato e de cada farmacêutico

Há alguns dias, durante uma palestra, perguntei quantos farmacêuticos adeririam a uma greve. Dos 50 profissionais presentes, apenas dois levantaram a mão. Recorrer a greve e a paralisação é não é fácil para ninguém, mas quais outros instrumentos podem chamar a atenção dos patrões para o fato de que não estamos contentes com o salário que recebemos? Que o piso que é pago aos farmacêuticos não está à altura da responsabilidade de quem estudou pelo menos cinco anos para prestar um serviço que faz a diferença na saúde de toda uma população?

Quem acompanha as negociações através do Blog da Campanha Salarial sabe o esforço imenso que o Sindfar faz para conseguir um piso melhor. Vejam bem: PISO. Piso não significa teto. Cada profissional pode e deve negociar também em seu local de trabalho, se tiver abertura com o empregador. Mas o piso negociado entre o SindFar e 16 patronais norteia o salário maioria dos colegas. Então, nada mais justo que todos se envolvam na definição da pauta de reivindicações, na formulação das estratégias e argumentações para as negociações e também na pressão para que os patronais compreendam a necessidade dos nossos pleitos. Para fazer parte, basta responder aos chamados do Sindicato para participar das assembleias e das ações de pressão (uso do adesivo, mobilizações pelas redes sociais).

Quem faz o sindicato forte é a categoria. Se todos os profissionais unidos se negassem a trabalhar por R$ 1.950,00, os patrões teriam que começar a oferecer um piso melhor. É necessário que todos, indistintivamente, mobilizem-se. No entanto, os colegas que trabalham em grandes redes tem mais possibilidades de fazer isso. Diferente dos que trabalham em pequenas farmácias, os colegas das redes são em maior número na empresa, o que amplia as chances de mobilizar para paralisações e outras ações. Uma rede não colocaria na rua 200 profissionais de uma só vez por eles fazerem uma paralização. Este risco, convenhamos, é maior para quem trabalha numa farmácia de bairro, que tem um único profissional.

Sozinho, o sindicato jamais não vai conseguir um piso de R$ 5.000,00, mas a elevação gradual do salário pode acontecer desde que todos contribuam. Isso não é utopia. No Estdo do Piauí, a coragem de 14 farmacêuticos que paralisaram com o apoio do seu sindicato e do CRF fez história na categoria. Eles conquistaram 14% de aumento no piso. A mobilização criou um efeito cascata e que fez com que os outros empregadores acatassem o aumento.

A negociação do piso do ano que vem começa agora. Converse com os colegas em seus locais de trabalho, atue junto às associações de farmacêuticos, responda aos chamados do SindFar. Façam parte das campanhas das 30 horas, da Farmácia Estabelecimento de Saúde, do Piso Nacional. Não aceitem qualquer oferta de salário ou jornadas extenuantes que excedam 44 horas. Não se inscrevam em concursos que oferecem salários abaixo do piso. Negociem com seus patrões, mostrem a eles que somos essencias dentro do estabelecimento, que fazemos a diferença na atenção e na assistência farmacêutica. Atualizem-se. E, acima de tudo, sejam éticos. Acredito que se cada profissional fizer a sua parte e ao mesmo tempo pensar na categoria como um todo, conseguiremos atingir os nossos objetivos e sairemos vitoriosos. A Diretoria do Sindfar precisa do apoio dos colegas.

Fernanda Mazzini, presidente do SindFar/SC

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