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Como se estabeleceu a diferença salarial dos farmacêuticos em SC

Todos os anos a cada negociação, o SindFar propõe aos patronais uma pauta de reivindicações, unificada para todas as áreas de atuação, que é definida pela assembleia dos farmacêuticos. Isso ocorre desde meados da década de noventa, quando o sindicato começou a negociar o piso da categoria com os patrões do comércio. Mas na metade dos anos 2000, as convenções começaram a se diferenciar. Algumas por boas razões: para atender à realidade de cada área de atuação. Outras, pela intransigência patronal em conceder reajustes capazes de equiparar o salário dos farmacêuticos no Estado. Conheça esta história:

Nos anos 2000, abriram-se as negociações com empresas de outros ramos de atuação do farmacêutico (laboratórios, indústrias, distribuidoras e transportadoras). A intenção era ajustar as condições de trabalho dos farmacêuticos às diferentes realidades (jornada, nível insalubridade, etc).

Ocorre que cada sindicato patronal demonstra diferente nível de disposição em valorizar o profissional.

Por muitos anos, o Sindicato dos Laboratórios, por exemplo, concedeu ganhos reais expressivos, o que fez com que os analistas clínicos figurassem como a parcela mais bem remunerada da categoria. Já na Indústria, os baixos reajustes concedidos pela FIESC faz com que o piso previsto em convenção seja o mais baixo do Estado há anos, restando ao profissional negociar com o próprio empregador para atingir salário justo. A convenção dos hospitais foi a primeira a se diferenciar, procurando atender a necessidades específicas dos farmacêuticos que trabalhavam neste setor.

O desnível salarial no comércio varejista (farmácias e drogarias) começou a partir de 2005. Até então, os sete sindicatos patronais de cada região do Estado negociavam conjuntamente a convenção com o SindFar. A convenção 2005/2006 estabelecia como piso R$ 1.022,00 para todos os profissionais do Estado.

Em 2006, o Sindicato patronal da região da Grande Florianópolis não aceitou conceder o mesmo reajuste que as demais regionais.O Sindfar, então, instaurou dissídio, a fim de cobrar na justiça um ganho justo para os colegas da capital. Mas a justiça decidiu em desfavor da categoria. Como consequência, os farmacêuticos da região de Forianópolis ficaram sem nenhum aumento Assim, em 2008, havia dois pisos: o capital (R$1450,00) e do restante do estado (R$ 1.500,00).

Em 2009, o sindicato patronal da região de Itajaí, com um profissional farmacêutico à frente, manifestou intenção de promover maior valorização da categoria. Os demais sindicatos, entretanto, não concordaram. O sindicato da região de Itajaí passou, então, a negociar separadamente dos outros patronais e concedeu, pela primeira vez, um reajuste mais elevado. Deste então, este processo vem se repetindo, sem que os proprietários das farmácias das demais regiões sinalizem com avanços significativos.

 

Sem mobilização não há solução

 

A fórmula para superar o desnível salarial e alcançar a isonomia salarial, com piso justo para todos é a pressão. É preciso que haja luta permanente das lideranças farmacêuticas pela valorização da profissão e do trabalho farmacêutico. É fundamental que o profissional construa a valorização no cotidiano, demonstração a importância do seu papel no seu local de trabalho. E, sobretudo, é imprescindível que sindicato e farmacêuticos mostrem capacidade de mobilização.

“Precisamos dos colegas ao lado do sindicato na formulação da pauta e das estratégias de negociação. Que participem ativamente das assembleias e reuniões de negociação para mostrar que estão atentos e mobilizados. Enquanto a categoria não se unir e lutar por seus direitos não conseguirá avançar”, alerta a presidente Fernanda Mazzini.

 

Acompanha as negociações no Blog da Campanha Salarial

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