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Conselho Nacional de Saúde sai em defesa da Política Nacional de Participação Social

O Conselho Nacional de Saúde publicou nota nesta quarta (29 de novembro) manifestando apoio ao decreto presidencial que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS). A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (28 de outubro) projeto que cancela o decreto e agora deve passar pelo Senado. A proposição que pretende impedir a mpliação da participação popular nas decisões do governo foi capitaneada pelos deputados Mendonça Filho e Ronaldo Caiado – um dos mais ardorosos defensores do Ato Médico.

O decreto cria o sistema de participação social através de conselho permanente, comissões temáticas, conferências nacionais periódicas, uma ouvidoria pública federal, mesas de diálogo, fóruns interconselhos, audiências e consultas públicas e ambiente virtual de participação social. Na prática, organiza e amplia as formas de organização que já existem, a exemplo dos conselhos de saúde.

"Manifestamos aqui nosso apoio à Política Nacional de Participação Social, e em defesa dos espaços já conquistados pelos inúmeros Conselhos e Conferências, nas mais variadas áreas do Estado brasileiro, bem como nosso apoio à Democracia Participativa, visando a ampla participação da sociedade na elaboração e no controle das políticas públicas e do Estado, políticas que hoje se encontram em risco frente às forças conservadoras, incomodadas com as vitórias e avanços da democracia e das lutas do povo brasileiro", diz a nota.

Leia o decreto presidencial que institui a Política Nacional de Participação Social

Leia o Projeto de Lei aprovado pela Câmara

Leia a íntegra da nota do CNS

NOTA DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE aos conselhos, entidades e movimentos

SAÚDE, DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: construindo a 15ª Conferência Nacional de Saúde

Dezenas de milhares de Conselheiras e Conselheiros de Saúde de todo o país mantiveram vivo o debate sobre o direito à saúde e a defesa do SUS durante as eleições 2014. Visando avançar na garantia e consolidação daquela que é uma das mais importantes conquistas das lutas do povo brasileiro – o Sistema Único de Saúde.

Agora, com a vitória de Dilma Rousseff, temos a obrigação de garantir e ampliar a soberania popular, com ampliação da democracia e o combate às iniquidades sociais, não apenas lutando por serviços de saúde acessíveis e de qualidade, mas avançando em políticas intersetoriais que produzam saúde, como o acesso – de qualidade – ao pleno emprego, à educação, à habitação, à alimentação, à água e ao saneamento básico, ao transporte público, à terra e à segurança, entre muitos outros direitos, com apoio e respeito à diversidade regional, étnica, racial, cultural, religiosa e sexual, estimulando ainda mais as práticas de promoção e prevenção da saúde pelo SUS.

O Conselho Nacional de Saúde, com seu documento “Agenda Propositiva”, abriu espaços em todo país para debater e aprofundar a saúde como um direito humano e social. E, como acreditamos na democracia participativa, entendemos que o novo governo, eleito legitimamente, tem o dever e o compromisso histórico de garantir um SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE de qualidade para todos e para todas.

Como todo cidadão e cidadã valorizou seu voto e escolheu seus parlamentares e governantes, chegou o momento de unir forças para que as organizações, movimentos sociais e populares, sindicatos, entidades e conselhos assegurem seus direitos, que foram clamados nas ruas. Agora, cabe ao novo governo da Presidenta Dilma Rousseff ouvir e buscar atendê-los, garantindo a mais ampla participação social nas decisões e rumos do nosso Brasil.

Não queremos retrocessos no processo democrático brasileiro, que apesar de novo é um regime que garante a ampla manifestação e a liberdade de expressão. Não é admissível o boicote ao atendimento que foi realizado por alguns médicos, junto ao processo eleitoral, ou que grande parte da mídia hegemônica procure causar pânico e divisionismo no Brasil. Agora é momento de avançarmos ainda mais, com DIÁLOGO, REFORMA POLÍTICA e PARTICIPAÇÃO SOCIAL.

Manifestamos aqui nosso apoio à Política Nacional de Participação Social, e em defesa dos espaços já conquistados pelos inúmeros Conselhos e Conferências, nas mais variadas áreas do Estado brasileiro, bem como nosso apoio à Democracia Participativa, visando a ampla participação da sociedade na elaboração e no controle das políticas públicas e do Estado, políticas que hoje se encontram em risco frente às forças conservadoras, incomodadas com as vitórias e avanços da democracia e das lutas do povo brasileiro.

Assim, o Conselho Nacional de Saúde quer ampliar e fortalecer a PARTICIPAÇÃO SOCIAL, na saúde e nas demais áreas, e reforçar a necessidade de um novo governo democrático, popular e participativo, com forte olhar para o desenvolvimento social e sustentável.
Nosso próximo passo, como Controle Social da Saúde, será a realização da 15ª Conferência Nacional de Saúde, em 2015, convocando desde já toda a população em defesa de uma saúde pública de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras e da mais plena democracia.

Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde
Brasília, DF, 29/10/2014

 

 

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