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jun

Eleições 2014: Mulheres buscam mais espaço, respeito e igualdade

A luta das mulheres pelo fim de todas as formas de discriminação e violência conta com o apoio irrestrito da Fenafar – Federação Nacional dos Farmacêuticos. Neste ano, em que se renova o Congresso Nacional, governos de estados e a Presidência da República, a discussão sobre os meios para se garantir uma maior participação da mulher na política ganha centralidade. Leia artigo dos dirigentes da Fenafar Lia Almeida e Ronald Ferreira dos Santos

O Brasil ter eleito, pela primeira vez na sua história, uma mulher para ocupar o principal posto de representação do país, não pode e nem deve ser sinônimo de que esta luta chegou ao sem fim. Ao contrário, na mesma eleição que deu a vitória à Dilma Rousseff, reduziu-se a presença feminina no parlamento nacional e estadual. 

A subrepresentação da mulher na política é reflexo de principalmente dois fatores: preconceito e falta de condições efetivas para garantir a participação da mulher, que no seu dia a dia acumula tarefas e jornadas múltiplas (trabalho, cuidado com o lar e a família, educação).

O preconceito na forma de palavrão

O primeiro passo para se tratar uma doença é detectá-la. Isso vale também para o preconceito, uma chaga social que alimenta o atraso e impede o crescimento da sociedade. O que se ouviu na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, quando a presidenta Dilma Rousseff foi xingada foi, também, uma manifestação deste preconceito.

O mito do homem cordial e de uma sociedade em que todos são iguais mascara o preconceito. No Brasil, segundo os que seguem esta tese, não há machismo, não há racismo. Mas ele existe e se não for tratado poderá crescer e alimentar a discriminação e o ódio. A Fenafar se solidariza com a presidenta Dilma Rousseff ao passo em que afirma que para que episódios como este não voltem a acontecer é necessário enfrentar um debate profundo no Brasil sobre suas raízes.

Reforma Política e Políticas Públicas

Garantir a presença das mulheres em postos de poder é fundamental para incentivar a discussão sobre o papel e o protagonismo da mulher na sociedade e, principalmente, para ampliar a existência de políticas públicas que elevem a qualidade de vida das pessoas.

Daí a importância de uma Reforma Política que democratize o Estado, que acabe com a influência direta do poder econômico sobre as eleições, aprovando o financiamento público das campanhas, e que implemente o sistema de listas alternadas para a eleição dos parlamentares, com a presença de 50% de mulheres.

Recentemente, realizou-se o Congresso da União Brasileira de Mulheres, que debateu vários destes temas e aprovou uma carta que sintetiza as principais reivindicações das mulheres. Políticas de mobilidade urbana, para diminuir os transtornos de deslocamento nas cidades, garantia de creches em horário extendidos para de fato permitir que as mulheres consigam trabalhar e deixar seus filhos sob os cuidados de uma instituição de ensino, fortalecer o Sistema Único de Saúde e a ampliação de seus equipamentos para de fato oferecer um serviço de qualidade à população estão entre as políticas públicas que merecem atenção do Estado e devem ser tratadas com prioridade no próximo período. Leia a Carta às Mulheres Brasileiras

A Fenafar apóia todas estas reivindicações e entende que elas fazem parte de uma luta para construir um país com menos desigualdades e mais democracia. Por isso, nestas eleições, mais mulheres na política é uma bandeira avançada e justa.

 

*Lia Almeida, diretora de mulheres da Fenafar e presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Paraná
**Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar

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