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Laboratórios e hospitais oferecem INPC integral

A proposta salarial das empresas laboratoriais e hospitalares de Santa Catarina para a categoria farmacêutica é a reposição das perdas salariais: 4,69%. O índice é equivalente à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos doze meses anteriores à data-base do profissional (entre fevereiro de 2016 e fevereiro de 2017). A oferta foi apresentada na primeira reunião de negociação com os patronais dos dois setores nesta terça-feira, 11 de abril, na sede da Federação dos Hospitais de Santa Catarina (Feohesc).

Nenhum patronal do setor hospitalar participou da reunião. A oferta dos empregadores dos hospitais foi apresentada pelos advogados. Pelos laboratórios, participou o presidente do Sindicato dos Laboratórios (Sindilab), Eduardo Comelli. A categoria farmacêutica empregada nos estabelecimentos foi representada pela presidente Fernanda Mazzini (Nanda) e pela colega da área hospitalar, Naiara Larissa Hurmus.

 

As propostas

 

Nanda voltou a defender a equiparação salarial com os piso mais alto pago no Estado, o do farmacêuticos das farmácias e drogarias da região de Itajaí, proposta que foi a aprovada pela categoria em assembleia. Nos laboratórios, o piso de R$ 3.600,00 seria alcançado com aplicação de 2.3% de ganho real sobre o INPC. “Há cinco anos, o piso dos laboratórios balizava as nossas negociações. Os colegas das análises clínicas eram os que tinham os pisos mais altos. Enquanto a diferença ainda é pequena, temos a chance de nivelar por cima o salário nos laboratórios”, explica Nanda. O presidente do Sindilab se comprometeu em discutir o assunto com os seus representados.

Nos hospitais, a situação é mais tensa. Primeiro, por que a diferença do piso hospitalar com o piso mais alto do Estado é de cerca de 40%. Depois, por que sem a presença patronal é difícil negociar apenas com os intermediários, que não tem poder de decisão. Considerando a histórica resistência das negociações com o setor, entretanto, Nanda solicitou aos advogados que levem aos patronais a reivindicação de um esforço para que a proposta eleve o piso para a partir de R$ 3.000,00.

Os representantes patronais afirmaram que devem apresentar um parecer sobre as propostas em duas semanas, entre o final de abril e o início de maio.

 

Farmacêutico é resultado nos hospitais

 

Naiara expôs a argumentação da comissão estadual de farmacêuticos hospitalares sobre a realidade dos farmacêuticos que atuam na área. Os salários pagos aos farmacêuticos nos hospitais está entre os mais baixos do Estado, ficando à frente apenas do piso estabelecido para as indústrias (confira a tabela dos pisos) http://www.sindfar.org.br/tabela-dos-pisos/.

É uma função que exige constante atualização. A necessidade da qualificação faz com que a área hospitalar seja única área de atuação farmacêutica que conquistou piso diferenciado para quem realiza especialização. Porém, o baixo salário impede que o profissional realize atividades e cursos de aperfeiçoamento.

Profissionais recentemente absorvidos pelos hospitais após a obrigação legal, os farmacêuticos representam um percentual muito pequeno de trabalhadores dentro dos hospitais. No entanto, seu trabalho é estratégico e tem resultados singulares tanto no tratamento medicamentoso dos usuários quanto na economia do estabelecimento, pois é o único profissional que tem gerência sobre a gestão dos medicamentos.

Dessa forma, o impacto na folha de pagamento da empresa, que já é baixa se comparada com os demais profissionais hospitalares, é ainda minimizada se considerada a minimização das despesas que o seu trabalho propicia. “Não estamos nos hospitais só porque a lei exige. Podemos sim oferecer resultados muito positivos quando se fala em administração de recursos e redução de impacto financeiro”, explicou Naiara Hurmus.

É o segundo ano consecutivo que há participação de um/a profissional que conhece o cotidiano e a atuação dos/as farmacêuticos/as dentro dos hospitais. Segundo Nanda, a participação de Naiara foi fundamental na reunião. “Temos um espectro muito amplo de atuação e apenas quem atua em cada área sabe as especificidades e dificuldades que os colegas enfrentam no dia-a-dia. É fundamental fortalecer a representatividade dos profissionais farmacêuticos empregados no processo de negociação”, afirmou.

Segundo Naiara, a experiência também foi  enriquecedora. “Como pessoa e como profissional, foi muito importante e produtivo participar dessa reunião. Pude perceber algumas coisas que eu não parava pra pensar e entender um pouco da dinâmica das negociações”, avaliou.

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