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ago

Lei Maria da Penha completa cinco anos

A Lei Maria da Penha, criada para coibir a violência contra a mulher, completa cinco anos neste domingo. Apesar do número de casos ainda ser grande, houve avanços na percepção da sociedade em relação ao problema. De acordo com a pesquisa do Instituto Avon, feita com 1,8 mil pessoas de cinco regiões brasileiras, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher vítima de violência doméstica. Desse total, 63% tomaram alguma atitude. Dos 94% dos brasileiros que conhecem a Lei, apenas 13% sabem seu conteúdo.

O medo de denunciar ainda é um principais entraves para as mulheres. Cerca de 27% do público feminino declarou já ter sido vítimas de violência doméstica, enquanto apenas 15% dos homens admitiram ter praticado o crime.

Atualmente, cerca de 62% da população já reconhece a violência psicológica como uma forma de violência doméstica.

— A pesquisa demonstra, com números contundentes, que a percepção de homens e mulheres sobre a gravidade da violência contra a mulher avança na sociedade brasileira — explica Jacira Melo, do Instituto Patricia Galvão, parceiro da pesquisa.

De cada 10 brasileiros seis conhecem uma mulher que já sofreu violência doméstica
Pesquisa revela amadurecimento na percepção das agressões masculinas

De cada 10 brasileiros, seis conhecem uma mulher que já sofreu violência doméstica. Este tipo de agressão não é só física, mas verbal, moral e sexual, como forçar a esposa a fazer sexo sem a vontade dela. Os dados estão em uma pesquisa dos Instituto Avon em parceria com os institutos Ipsos e Patricia Galvão, coletados a partir de entrevistas com 1,8 mil pessoas de todas as regiões brasileiras.

A pesquisa não tem como objetivo quantificar o número de mulheres que sofrem coação de seus companheiros, embora, entre as entrevistadas, 27% disseram já ter sofrido agressão grave. A proposta foi demonstrar a percepção deste tipo de violência na sociedade brasileira e, neste quesito, há uma evolução ao ultrapassar a concepção restrita de ligar a violência à agressão física. Também há um amadurecimento em relação às causas da violência. 46% dos entrevistados entendem que é uma questão cultural, no sentido de o homem se sentir dono da mulher.

Andrea Jung, presidente mundial da Avon que esteve presente no lançamento da pesquisa, chamou a atenção para a importância de incluir os homens na discussão:

— Ele não é o vilão e pode ser solução. Meninos que viram o sofrimento de suas mães, hoje, podem ajudar a educar outros homens e a difundir uma nova cultura longe do machismo — comentou.

Mudança na percepção

A CEO da Avon disse ainda que, em comparação a pesquisas semelhantes realizadas pela Avon em outros países, os brasileiros mostram-se mais maduros na percepção da questão, e que o país, hoje, é liderança no entendimento do caso. Andrea, porém, lembrou que em lugares como Austrália e Estados Unidos há centros de atendimento considerados referência, onde a mulher que sofreu violência doméstica encontra diversidade de assistência, que vai da ajuda psicológica a creche para os filhos.

Presente no lançamento, Iriny Lopes, ministra da Secretaria para Assuntos das Mulheres, ressaltou a importância da pesquisa como fonte para delinear o nível de conhecimento dos brasileiros e falou que é necessário “desnaturalizar” a violência doméstica.

— Até pouco tempo, era natural a mulher sofrer violência doméstica. Os dados mostram o crescimento da compreensão. Era de suma importância encorajar as mulheres a denunciar, por isso, as campanhas tinham este foco. Hoje, com essa nova realidade, podemos começar a pensar em campanhas que foquem numa mudança cultural masculina — afirmou a ministra, que elencou programas do governo na área, como a ampliação das delegacias da mulher e projetos de capacitação das pessoas que trabalham nestes locais.

Conscientização das mulheres

Iriny disse que a lei Maria da Penha (também foco da pesquisa) contribuiu para um salto na conscientização das mulheres, por ser uma legislação específica para o tema. Maria da Penha, a mulher que deu nome à lei, esteve presente no lançamento. Ressaltou que não se pode esperar uma mudança imediata no comportamento masculino e feminino sobre violência doméstica e sentenciou:

— Quando uma mulher procura uma delegacia, é porque já está sofrendo violência há muito tempo.

 

 

Fonte: Diário Catarinense

Mudança na percepção

A CEO da Avon disse ainda que, em comparação a pesquisas semelhantes realizadas pela Avon em outros países, os brasileiros mostram-se mais maduros na percepção da questão, e que o país, hoje, é liderança no entendimento do caso. Andrea, porém, lembrou que em lugares como Austrália e Estados Unidos há centros de atendimento considerados referência, onde a mulher que sofreu violência doméstica encontra diversidade de assistência, que vai da ajuda psicológica a creche para os filhos.

Presente no lançamento, Iriny Lopes, ministra da Secretaria para Assuntos das Mulheres, ressaltou a importância da pesquisa como fonte para delinear o nível de conhecimento dos brasileiros e falou que é necessário “desnaturalizar” a violência doméstica.

— Até pouco tempo, era natural a mulher sofrer violência doméstica. Os dados mostram o crescimento da compreensão. Era de suma importância encorajar as mulheres a denunciar, por isso, as campanhas tinham este foco. Hoje, com essa nova realidade, podemos começar a pensar em campanhas que foquem numa mudança cultural masculina — afirmou a ministra, que elencou programas do governo na área, como a ampliação das delegacias da mulher e projetos de capacitação das pessoas que trabalham nestes locais.

Conscientização das mulheres

Iriny disse que a lei Maria da Penha (também foco da pesquisa) contribuiu para um salto na conscientização das mulheres, por ser uma legislação específica para o tema. Maria da Penha, a mulher que deu nome à lei, esteve presente no lançamento. Ressaltou que não se pode esperar uma mudança imediata no comportamento masculino e feminino sobre violência doméstica e sentenciou:

— Quando uma mulher procura uma delegacia, é porque já está sofrendo violência há muito tempo.

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