09
fev

Prefeitura ameaça prender trabalhadores para desmobilizar greve em Florianópolis

A notícia parece que saiu dos anos 60, mas data de 8 de fevereiro de 2017: o procurador da Capital Diogo Pitsica quer a prisão dos representantes dos trabalhadores do município e a intervenção no Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Municipal de Florianópolis). Isso por que o sindicato lidera greve de mais de vinte dias, definida e mantida pela categoria após seguidas assembleias com participação ampla e massiva dos trabalhadores. Apenas no dia 07 de fevereiro, cerca de dez mil trabalhadores ocuparam as ruas em manifestação.

sintrasemSão centenas de professores/as, funcionários/as escolares, farmacêuticos/as, médicos/as, enfermeiros/as, assistentes sociais, atendentes dos postos de saúde, das secretarias e outros trabalhadores em luta contra a perda de uma série de direitos históricos previstos no Plano de Cargos e Salários. . Trabalhadores que não ganham supersalários, como Gean Loureiro quer fazer crer. Os supersalários estão com quem decide a vida da cidade no canetaço: um prefeito que joga por terra o Plano de Cargos e Salários definido após anos de discussão; vereadores que, na maioria, renegam a função de representar o povo e apenas avalizam a vontade do prefeito e procuradores que dão suporte a toda a política de desmonte dos serviços públicos e de desvalorização dos trabalhadores.

A prisão de dirigentes sindicais e a intervenção nos sindicatos mais combativos, que questionavam e faziam frente ao regime, eram estratégias dos governos da ditadura militar. Para abafar e reprimir a vontade do povo, os ditadores lançava mão de todos os recursos legais e ilegais. Entre os "legais", permitidos pelas leis criadas pelos próprios ditadores, estavam as intervenções: nomear pessoas de confiança dos governos para digirir os trabalhadores. Era um jeito fácil de dobrar a espinha dorsal do sindicato e fazer a classe trabalhadora se curvar. Entre as ilegais, as torturas, sequestros, desaparecimentos e mortes.

O Sindicato dos Farmacêutico já declarou seu apoio à greve dos trabalhadores municipais e reitera a solidariedade aos dirigentes, aos profissionais farmacêuticos e demais trabalhadores do município de Florianópolis diante da ameaça concreta à organização da classe trabalhadora. A luta dos municipários é por condições dignas de trabalho para oferecer serviço de qualidade para todos os munícipes. O ataque da equipe Gean Loureiro aos representantes dos trabalhadores é uma estratégia para desmobilizar a categoria e colocar o povo contra o próprio povo. A luta de uma categoria é a luta de todos os trabalhadores.

Veja também o apoio de outras organizações sindicais ao movimento grevista dos trabalhadores do município de Florianópolis

 

"Atitudes como essa, praticadas durante o período da ditadura militar volta a acontecer um dia após uma passeata histórica que reuniu mais de 10 mil trabalhadores em Florianópolis e, agora, o prefeito Gean Loureiro sem saber o que fazer – pois a greve só ganha mais adesão e apoio da população -, faz esse ataque em conluio com parte do sistema judiciário."

CUT/SC
 

"O Sindprevs/SC repudia qualquer tentativa que impeça os servidores do direito à livre organização e à greve, bem como as ações constantes que visam criminalizar os movimentos sindical e social"

Sindprevs/SC

 

"Repudiamos a tentativa de criminalizar a luta dos trabalhadores, o direito de greve e da organização sindical."

Sindes

 

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