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Resistência dos trabalhadores cancela debate sobre reforma trabalhista que priorizava representação patronal

"Não tem arrego", "golpista", gritava uma plateia de trabalhadores e representantes sindicais, das galerias do Plenário Deputado Osni Régis, na Assembleia Legislativa. O protesto era contra a falta de representação das categorias empregadas no Fórum Estadual sobre o Projeto de Lei (PL) 6.787/2016. O PL que pretende provocar uma série de mudanças nos vínculos trabalhistas e romper com diversas garantias dos trabalhadores tem amplo apoio patronal. Após cerca de meia hora e muitas tentativas de iniciar a audiência, o encontro precisou ser suspenso por causa dos protestos. Veja o vídeo:

 

O Fórum Estadual sobre o Projeto de Lei (PL) 6.787/2016 foi convocado pela Comissão Especial da Reforma Trabalhista da Câmara dos Deputados seria promovido pela Comissão Especial da Reforma Trabalhista da Câmara dos Deputados. O deputado federal catarinense Celso Maldaner (PMDB)  convocou a audiência para "ouvir as propostas dos catarineneses" e era encarregado de conduzir os trabalhos, mas foi criticado por ter convidado apenas representantes patronais. Participariam da mesa integrantes da Justiça do Trabalho, Defensoria Pública Estadual e entidades patronais como Fiesc, Fecomercio, Facisc(das associações empresariais), Faesc, Fetrancesc (empresas de transporte e logística), e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), além do deputado federal Vitor Lippi (PSDB/SP). Maldaner já havia discutido o assunto com a maioria dos convidados pela manhã.

Os manifestantes foram mobilizados pelo Fórum de Lutas pelos Direitos da Classe Trabalhadora, que congrega cerca de 70 sindicatos, centrais, parlamentares e outras organizações do movimento social. "Denunciamos a ilegitimidade da Audiência Pública pois toda a classe trabalhadora assalariada foi deixada fora da mesa de debates. Nenhuma representação dos setores assalariados foi convidada para participar do evento", informou, em nota.

Maldaner classificou o episódio como "falta de respeito de quem não quer debater o assunto". Segundo o parlamentar, a reforma "vai modernizar a legislação trabalhista".

 

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