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Resistência marca a história das conquistas sociais femininas

 Uma plateia de lideranças farmacêuticas e profissionais recém-formados assistiu nesta sexta-feira, 21 de março, à palestra “As Mulheres em Luta: Silêncio e Resistência”, proferida pela farmacêutica-bioquímica Clair Castilhos durante plenária do CRF/SC. A ação foi promovida pelo CRF em parceria com o SindFar e Anfarmag para lembrar o Dia Internacional da Mulher (8 de março). “O dia da mulher não é uma data comemorativa, como o Dia das Mães, mas uma data de luta, como o 1º de maio. É uma data para reflexão sobre a condição feminina”, esclareceu, ao lembrar que a data foi proposta em 1910 pela militante feminista Clara Zetkin durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem.

Composta na sua maioria por trabalhadoras jovens, com idade entre aproximadamente 24 e 35 anos, a maior parte da categoria farmacêutica cresceu em uma época em que as mulheres podiam votar, dirigir, trabalhar fora, decidir quantos filhos ter e participar dos espaços políticos. Estas e outras conquistas são fruto da luta das mulheres ao longo da história, conforme Clair. “Nunca deixamos de resistir, mesmo em silêncio”, afirma Clair Castilhos. A farmacêutica resgatou episódios e personagens marcantes da luta feminista, mostrando que a opressão à mulher remonta às raízes da nossa civilização.

Também apresentou dados sobre a condição atual das mulheres na sociedade brasileira e no mundo do trabalho.  Apesar de todos os avanços já conquistados, ainda recai sobre a maioria delas a responsabilidade sobre os serviços domésticos e o cuidado com os filhos. É marcante a divisão sexual do trabalho, que sutilmente demarca as profissões “para homens” e “para mulheres”. Assim, profissões bem remuneradas, como a medicina e a engenharia, são consideradas “para homens”; enquanto que a enfermagem, a farmácia e o magistério, por exemplo, onde predominam as mulheres, tem os salários mais baixos. É feminina a maioria da população pobre do país e o maior percentual entre a população desempregada.

Referência nacional em debates relacionados às políticas farmacêutica e de saúde pública, Clair foi ativista durante as Diretas Já, atuou na reforma sanitarista que deu origem ao SUS e também é coordenadora nacional da Rede Feminista de Saúde. “Realizo hoje o sonho de falar sobre as mulheres para a categoria farmacêutica, pois somos a grande maioria na profissão e há pouco debate nesta área entre os colegas”, afirmou.

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